terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

vende-se saudade...

A manhã me despertou com uma leve suspeita de que a solidão rondou meus sonhos e vigiou a madrugada. Cobrei de mim sensatez e fechei os olhos para não sentir a ausência de uma companhia. E a solidão, sempre tão fiel e insistente, invadiu meu quarto com a essência de sua frieza e entrou sem pedir licença. Vasculhei caixas à procura de cartas e os meus olhos ardiam enquanto eu admirava os retratos na parede, sempre tão cheios de cor, luz e contraste. O que posso fazer com tanta saudade? Talvez jogá-la pela janela ou vender em um mercadinho próximo? Sem alternativas, me rendo e a saudade transborda aos olhos, posso sentir as lágrimas que vão trilhando caminhos pelo rosto gelado. Faz frio aqui e sozinha eu vago pelos cômodos da casa. Pra onde foram todos? Onde estão os abraços, as companhias, as festas e os sorrisos? Onde você está, que nem em cartas eu encontro mais. O telefone no canto da sala, que não toca mais, já se tornou apenas um enfeite. Restam-me, ainda, as emoções encontradas nos livros de romance, que estão espalhados por todo o canto da casa. E se amanhã eu não aparecer nos jornais e não cumprimentar o porteiro com um 'bom dia', saiba, eu morri de saudade.

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